Não volto para trás
Nem que à minha frente hajam brasas
Não volto para trás
Sigo o meu caminho com a obstinação da vida
E não volto para trás!
Tenho a minha força!
Tenho a minha fé!
Ainda que as lágrimas me pendam dos olhos
Que importam as lágrimas?
Orgulho-me da dor que me transporta
Da obstinação cega que me obriga a prosseguir
Prosseguir.
Prosseguir.
Não. Não volto para trás.
Tenho amor às minhas feridas
Aos meus rasgos de paixão
Sequer olharei para trás
Ainda que à minha frente
Haja a fogueira que me consome
Ainda que tudo mais não seja
Do que queimar os dias
Gritarei o elogio dessas chamas!
Que importa a dor?
Tenho os dias na carne
E depois?
Amo os dias do meu sangue
Amo-os inteiros
Pequenos vícios
Pequenos encantamentos
Sou feita de coisas pequenas
E depois?
De que tamanho serão as coisas pequenas?
De que tamanho fará sentido o amor?
De que tamanho são as coisas que importam?
Amo as minhas rugas
Os dias que passam
Os dias que venci
Venci.
Venci.
Venci.
E carrego-os a todos
Levo-os comigo
Morrerão comigo
Para além do que sou
Isto é meu!
Março/2006
Sem comentários:
Enviar um comentário