sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Pedaço de azul

Se eu for fria, quero que saibas que estás no meu coração
Se os meus olhos esconderem as lágrimas de te perder
Quero que saibas que estou profundamente triste
Profundamente triste
E se não vires tristeza nos meus olhos
E sentires apatia no meu desejo
Quero que saibas que minto
Não posso senão mentir

Quando me deixares
Nesse dia triste que não tarda
Quando o encanto e o sonho se quebrarem
Quando for finalmente o dia de partires
Não quero que vislumbres em mim o mais pequeno sinal
Serei de cera só para que me não vejas triste
Só para que me não vejas triste
Pois se eu pudesse amar
Quero que saibas
Era a ti que amava

Sonho azul
Pedaço de mar
Nos teus olhos mergulho na escuridão do abismo infinito do desejo
E ainda assim o meu corpo não se deixa tomar
Se me quisesses
Ah – se me quisesses...
Se a vida fosse mais do que um pequeno sonho
E tão só o meu desejo pudesse ser tão só perder-me em ti...

Pudesse eu perder-me em ti...
Nas tuas mãos delicadas
Na textura macia do teu corpo
Na secura da tua carne
Pudesse eu perder-me em ti
Morreria de seguida sem saudade do céu
E não há nada que eu mais ame
Pois tudo o que amo é o azul etéreo do céu

Mas tu és o céu
O paraíso azul do meu delírio
Do meu delírio a sós com o delírio
Tu és o céu
O céu na escuridão do outro lado da lua
Aí aporto quando me abandono à escuridão dos teus olhos
Do outro lado da lua

Maio/2004

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