Se eu for fria, quero que saibas que estás no meu coração
Se os meus olhos esconderem as lágrimas de te perder
Quero que saibas que estou profundamente triste
Profundamente triste
E se não vires tristeza nos meus olhos
E sentires apatia no meu desejo
Quero que saibas que minto
Não posso senão mentir
Quando me deixares
Nesse dia triste que não tarda
Quando o encanto e o sonho se quebrarem
Quando for finalmente o dia de partires
Não quero que vislumbres em mim o mais pequeno sinal
Serei de cera só para que me não vejas triste
Só para que me não vejas triste
Pois se eu pudesse amar
Quero que saibas
Era a ti que amava
Sonho azul
Pedaço de mar
Nos teus olhos mergulho na escuridão do abismo infinito do desejo
E ainda assim o meu corpo não se deixa tomar
Se me quisesses
Ah – se me quisesses...
Se a vida fosse mais do que um pequeno sonho
E tão só o meu desejo pudesse ser tão só perder-me em ti...
Pudesse eu perder-me em ti...
Nas tuas mãos delicadas
Na textura macia do teu corpo
Na secura da tua carne
Pudesse eu perder-me em ti
Morreria de seguida sem saudade do céu
E não há nada que eu mais ame
Pois tudo o que amo é o azul etéreo do céu
Mas tu és o céu
O paraíso azul do meu delírio
Do meu delírio a sós com o delírio
Tu és o céu
O céu na escuridão do outro lado da lua
Aí aporto quando me abandono à escuridão dos teus olhos
Do outro lado da lua
Maio/2004
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