sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Daniel

Senti-me sufocada ao ler-te
Como se as palavras saíssem da minha boca e me roubassem o ar
Sonhei que tive medo de abrir a porta com medo que o mar entrasse
Mas isso não impediu que me afogasse em ti
Mergulhei no amor como se mergulhasse no mar
Senti a água a encher-me os pulmões
e o sal a crestar-me as veias
Imaginei a tua voz e o teu abraço
Estavas aqui.
a morder-me o ar com teus pulmões
na iminência do fundo da minha viagem
E sou inconsolável
Inconsolável
Por não puderes já
Ser “o vazio que persiste à minha beira”

Julho/2004

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